quarta-feira, 22 de maio de 2013

A LEITURA NO UNDERGROUND


Uma coisa é julgar um livro pela capa e outra coisa é julgar o leitor pelo livro que ele está lendo. Especialmente nos transportes públicos onde estamos confinados por um período de tempo e nossas mentes voam longe. Ourit Ben-Haim criou um ensaio fotográfico a partir de suas andanças pelo metrô de New York. Ela tirou fotos de pessoas lendo e postou no site da Underground New York Public Library. "Os livros nos fazem viajar para grandes profundidades de nós mesmos, mesmo estando parados", diz Ourit. 










Para ver mais fotos clique aqui.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

GLASSONS, ESCAPE - LUKE BYRNE


A vida de Luke Byrne é como um road movie sem fim. Ele estava em Blue Mountains com Ryan Kenny para fazer um vídeo para Lee`s Back in Black. Agora ele mostra imagens dos bastidores da sua viagem para fazer um filme para a campanha da Glassons, que foi filmado na Nova Zelândia, com as modelos Anja K e Teresa Oman.

"Eu queria criar um filme tipo anos 90 usando uma câmera antiga e captação do áudio direto da câmera. Foi filmado em uma câmera da Sony com fita".

quarta-feira, 8 de maio de 2013

O AGUDO E A CRÔNICA



Da coluna do Antonio Prata na Folha de S. Paulo.

Ontem, zapeando, dei com um documentário sobre Lacan, o lacônico psicanalista francês. Dizia o programa que o terapeuta não marcava hora para as consultas: se às três da manhã um paciente despertasse de sonhos intranquilos sentindo-se metamorfoseado num monstruoso inseto, poderia telefonar-lhe, cruzar Paris de pantufas e aparecer para um rápido divã. Rápido é maneira de dizer, pois Lacan tampouco pré-determinava a duração das sessões. O insone talvez ficasse escarafunchando suas caraminholas até que os róseos dedos da aurora viessem tamborilar sobre o negrume de seu inconsciente, ou talvez fosse mandado de volta para casa cinco minutos depois de chegar, caso verbalizasse algo prenhe de significado, como, digamos: "Sonhei que estava na Carvalho Pinto, em cima de um obelisco, fumando um charuto bem glande... Eu disse glande?!".

Sei pouco sobre psicanálise, menos ainda a respeito de Lacan, mas esta ideia de que as angústias e aflições deveriam ser servidas quentes, não levadas para alguma geladeira da consciência e de lá tiradas somente às terças e quintas, 15h45, ou às quartas e sextas, às 16h30, já murchas ou decantadas pelo refrigério da razão, remeteu-me a um outro assunto, que me é caro: a crônica.

Num mundo ideal, o cronista funcionaria como o paciente de Lacan. Ficaria por aí, tocando sua vida, indo ao banco, almoçando no quilo, olhando vitrines atrás de um presente de Dia das Mães, até que surgisse uma ideia. Imediatamente, ele encontraria uma praça, se acomodaria num banco --se possível fosse, até alugaria um quartinho de hotel--, tiraria o laptop da mochila e escreveria seu texto, com todos os ingredientes colhidos na hora.

Um romancista não precisa levar o laptop na mochila. Suas ideias podem amadurecer antes de ir para o papel. Ele está contando uma longa história, é bom que tenha algumas pistas de para onde está indo. Já o cronista, quanto mais cego ao iniciar seu passeio, maiores as chances de conhecer lugares novos no caminho.

Outro dia, num jantar, meu amigo Humberto Werneck contou-me de um comentário de Manuel Bandeira a respeito de Rubem Braga: "Braga é sempre bom; quando não tem assunto, então, é ótimo". Claro, pois nesses textos em que o tema não está dado, é como se acompanhássemos o escritor, de pantufas, no meio da noite, atravessando sua Paris interior, matutando sobre suas angústias, seus alumbramentos. É como se o víssemos deitar-se no divã, ouvíssemos seu relato, suas queixas, suas hipóteses, até que, num ato falho, numa gaguejada, numa repetição ou silêncio mais longo, o assunto se materializasse --não no papel, mas na cabeça do analista, isto é, do leitor.

É o caso, por exemplo, de um dos textos mais bonitos de Braga, um dos textos mais bonitos que eu já li: "Sizenando, a vida é triste". O que parece uma reflexão dispersa na cozinha, umas voltas em torno de um radinho de pilha, revela-se um comentário arrasador sobre o amor e a solidão. Não é o caso, por exemplo, deste texto: às vezes, um charuto é apenas um charuto, uma crônica é apenas uma crônica --nem todo mundo pode ser Rubem Braga, nem todo mundo consegue ser tão glande.
Eu disse glande?!

A INSPIRAÇÃO BEATNIK


Tido como o documentário definitivo sobre a Geração Beat, com legendas em português.

PASSAGEIROS DO INFERNO


Só pra constar que nessa foto: Hunter S. Thompson, John Cusack, Johnny Depp, e sim, uma boneca inflável.

terça-feira, 7 de maio de 2013

LUANA PIOVANI NÃO GOSTOU


Reprodução da coluna do Joaquim Ferreira dos Santos no jornal O Globo.


Olhamos as linhas do corpo, mas somos capazes também de ler nas entrelinhas.


Luana Piovani leu a crônica da semana passada, um carinho sobre as mulheres que estão fora do padrão da beleza em cartaz. Não gostou. Criticou a sugestão do colunista para que o programa “Superbonita”, do qual é apresentadora, fizesse, na contramão do poema “Receita de Mulher”, de Vinicius de Moraes — aquele da beleza é fundamental —, um especial pacificador sobre a bobagem de se reprimir uns centímetros a mais nos culotes e outras aflições daquelas que o mundo tacha como feias. Luana Piovani respondeu pelo seu tambor preferido, o twitter:

“Sugestão declinada. Teremos sim programa para como se livrar deles. Precisamos de audiência e ninguém vai assistir a um pgm que incentive a inércia no duvidoso. Incentivamos a sua melhor versão. Todos temos! Agora, você me diz onde estão esses homens que curtem bunda mole com furinhos, a testa giga, barriguinha e cabelos crespos polvorosos pq no planeta q moro, homem tá mais vaidoso q a gente.”

Daí que peço licença aos leitores para hoje escrever diretamente a Luana, uma das mais completas e perfeitas traduções em 2013 do poema de Vinicius.

Querida Luana,

A versão mais bonita de uma mulher é aquela que aprendemos a admirar e, se me permite a simplicidade de incorporar a linguagem twitter, ter tesão. Vamos colocar a língua para fora e deixar escapulir o Einstein que nos habita. Esse negócio de “bunda mole” é muito relativo. Eu conheci uma moça que poderia ser enquadrada nessa categoria e, no entanto, noves fora a suposta flacidez, era linda. Ela se movimentava como uma dessas garças que o Vinicius fazia pairar sobre as árvores de suas poesias, um pescoço de dois metros, e aquilo era um espetáculo de soberba tão deslumbrante que só agora, Luana, provocado por suas palavras, percebo que talvez ela pudesse estar nessa categoria calipígia que você desdenha como um downgrade. No entanto, tal moça tinha borogodó. A soma do quadrado dos seus catetos dava o quadrado de uma hipotenusa fantástica. Fomos felizes assim. Eu estive ali, pertinho, e longe de qualquer acidez crítica, era-lhe só reverência e vassalagem.

De homem eu entendo, Luana, e não sou bobo de desdenhar da carne dura, da pele macia, da bunda desenhada a compasso e outros clássicos da mulher bonita. Mas nem sempre é possível tamanha poesia numa hora dessas. Tenho certeza que havia dois Vinicius de Moraes. Um sentava à escrivaninha, no tempo da caneta tinteiro, e escrevia sobre a necessidade de que os seios tivessem “uma expressão greco-romana, mas que gótica ou barroca” e pudessem “iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas”. Outro Vinicius andava pelas ruas. Seguia as mulheres com os olhos, súdito servil em lhes encontrar outros tipos de graça. Era capaz de, diante de alguma de seios de expressão divertidamente cubista, pedir o favor de que lhe caíssem nas mãos, róseos, plúmbeos, da cor do azeviche ou do maracujá, e fizessem o favor apenas de apagar a dor, aquietar o espírito e pôr ordem na correria insana de uma vida de resto sem sentido.

Definitivamente, Luana, vida real é outra coisa. Não cabe na pauta do ótimo “Superbonita”. Ninguém precisa ser super em nada. Assim como você, também acredito que todos temos a nossa melhor versão e precisamos incentivá-la, mas o que se vê em geral é a tentativa de obrigar todas as mulheres ao mesmo padrão. Fazê-las correr obrigatoriamente atrás do cabelo chapinhado, das pernas musculosas e dos peitos com a centimetragem de uma bomba que vai daqui até o pé da página, mas apontando para o alto, claro, prestes a estourar nos olhos do freguês. Há quem dê preferência, mas existem homens com desejos mais sutis. Eu, a propósito, sou das antigas, e aproveito o ensejo para cantar Noel, aquele do “há tantas santas no mundo, que vivem fora do templo, santas de olhar tão profundo, você, por exemplo, você, por exemplo”.

Nada contra a mulher bonita. Desde a primeira que eu vi, aquela com dois baldinhos na lata do Leite Moça, eu dedico boa parte do meu tempo a trazê-las para dentro das minhas retinas, jamais fatigadas com tamanho espetáculo. Eu só queria dizer, Luana, que homens têm um padrão mais elástico do que o recomendado na pauta do programa. Podemos, sim, curtir uma “barriguinha, a testa giga” e outras delícias a serem declaradas no próximo programa como esteticamente incorretas. Mulheres são desdobráveis, dizia a linda poeta Adélia Prado, e eu, mundano, já que a nossa pauta é outra, completo — elas são capazes de se redesenharem com um jeito de falar, uma maneira de silenciar ou uma promessa de queima de fogos ao se oferecer. Olhamos as linhas do corpo, mas somos capazes também de ler nas entrelinhas. Temos a força, como quer o desenho animado, mas ainda a espada da fantasia, a poesia da imaginação.

Qual de nós, diante daquele sorriso maliciosamente desengonçado, pediria, antes de se apaixonar, para avaliar, se duro ou com estrias, o bumbum da Diane Keaton?

segunda-feira, 6 de maio de 2013

CONCENTRAÇÃO EQUILÍBRIO



Não existem palavras para descrever o número que a artista circense Miyoko Shida apresentou no programa espanhol “Tú Sí Que Vales”. São quase 8 minutos que deixam qualquer pessoa de boca aberta perante o inacreditável talento e concentração desta senhora de 52 anos.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

MORMAÇO - MARCELO CAMELO



A partir do dia 21 de maio, os fãs de Marcelo Camelo poderão conhecer seu mais novo trabalho, o DVD “Mormaço”. Este é o terceiro disco e o segundo DVD da carreira solo do cantor. O primeiro foi o registro ao vivo do disco SOU, gravado em Salvador, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves.

O DVD é dividido em duas partes: A primeira é um show, gravado ao vivo, em voz e violão, no Theatro São Pedro, Porto Alegre, em setembro de 2012. Nessa apresentação, Camelo recebe a participação especial da cantora Mallu e do músico suíço Thomas Rohrer, tocando rebeca.

O show, que também será lançado em CD chamado “Ao Vivo no Theatro São Pedro”, tem um repertório com vários sucessos da carreira solo de Camelo e outras músicas que ele nunca tinha gravado como “Cara Valente”, sucesso na voz da Maria Rita, e a inédita “Luzes da Cidade”.

A segundo parte do disco é o filme “Dama da Noite”, dirigido pelo californiano Jack Coleman e inteiro filmado em 8 e 16 mm, que mostra cenas de shows e bastidores da estrada, durante viagens do cantor pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, além de exibir canções ao vivo com a banda Hurtmold e novas gravações de Camelo.

DANÇA À PROVA D`ÁGUA




Um curta-metragem de dança feito pelo David Bolger, coreógrafo e diretor artistico do CoisCéim Dance Theatre, Dublin. Junto dele a sua mãe de 76 anos, Madge Bolger. O filme foi filmado no clube Marian College, onde Madge trabalhou como professora de natação durante muitos anos, e onde ela ensinou seu filho a nadar.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

NOVO FILME DO LARS VON TRIER


The Nymphomaniac, o mais novo filme de Lars von Trier, ganhou um sugestivo pôster - "Esqueça o amor" - e um site oficial, indicando que o primeiro trailer deve ser divulgado no dia 16 de maio.

O filme foi concebido em oito capítulos, que será dividido em dois longas, sobre a jornada erótica de uma mulher. Do seu nascimento aos 50 anos, a auto-diagnosticada ninfomaníaca Joe - que Charlotte Gainsbourg interpreta adulta e a modelo Stacy Martin faz na juventude. Na trama, em uma noite fria de inverno, o velho solteirão Seligman (Stellan Skarsgard) encontra Joe semiconsciente e machucada em um beco. Depois de levá-la ao seu apartamento, ele cura os machucados dela enquanto escuta à luxuriante história da vida de Joe.

As filmagens de The Nymphomaniac aconteceram na Alemanha e o filme deve fazer sua estreia em breve, na Dinamarca e na Suécia. Ainda não há data definida para a exibição do longa nos EUA e no Brasil.