segunda-feira, 13 de agosto de 2012

RUBEM FONSECA GRITA

Rubem Fonseca está muito vivo.




PORTA DE ENTRADA PARA LITERATURA?



Mário Bortolotto é escritor, cantor e ator natural de Londrina, radicado em São Paulo.

Neste texto ele nos conta a sua opinião sobre o que o início de cada um na literatura prediz sobre o seu caminho literário. Também faz uma relação entre o estilo musical apreciado e o estilo literário correspondente.

O texto é polêmico no melhor estilo Bortolotto de escrever.


Porta de entrada pra literatura?

Tem gente que usa o seguinte argumento: “Se o sujeito lê Paulo Coelho, já é um bom sinal. É uma porta de entrada pra que ele leia algo melhor”. Não acredito nessa merda. Quem lê Paulo Coelho, não vai ler mais nada que preste. No máximo vai ler Zíbia Gaspareto. O cara que lê Paulo Coelho é leitor de auto-ajuda, jamais vai ler nada que preste. Vai é se converter pra alguma igreja evangélica e encher o nosso sagrado saco com sua fé de quinta categoria calcada em prosperidade pessoal. E eu também acredito em ligações evidentes entre o gosto musical e o gosto literário. Por exemplo, o sujeito que gosta de MPB (sei lá, pode ser Lenine, Zeca Baleiro ou fodões do tipo Chico e Tom Jobim) fatalmente vai ser um bom leitor de Saramago, Garcia Marquez, Clarice Lispector, etc. Já os ouvintes de blues e rock and roll se aproximam de literatura mais maldita (beats, Henry Miller, Bukowski, Dostoievski, etc). Se você pega um moleque fã de Frank Zappa por exemplo que nunca leu porra nenhuma e dá pra ele um John Fante, é claro que ele tem boas chances de curtir e passar a gostar de literatura, e talvez um dia a gente possa ver o moleque lendo Celine, numa boa. O cara que ouve música eletrônica, faz de conta que gosta de ler. Tem muito livro na estante, mas nunca leu merda nenhuma. Mas discute superficialmente sobre todos enquanto programa a nova “balada” e providencia um novo estoque de aditivos, o que já é o suficiente pra engabelar a rapaziada da sua turma, com o mesmo apetite literário que ele. É claro que estou generalizando e é claro que existem exceções, eu mesmo conheço algumas, mas hoje eu não tô a fim de falar de exceções. Mas sem exceções que essas não existem, o leitor de Paulo Coelho nunca vai ler mais porra nenhuma. Ah, sei lá, talvez ele leia Harry Potter. Já o cara que ouve axé ou sertanejo, esse nunca vai ler porra nenhuma mesmo. Acho que nem Paulo Coelho. Aliás, ele até se ofende com esse tipo de conversa. Quer dizer, cada um na sua. Assim como eu sei que muita gente jamais se identificará com nada que escrevo por aqui. Mas tá tudo certo. Eu tô mais que satisfeito com a rapaziada que lê o que eu escrevo aqui. Afinal eu já tenho dois perfis no facebook, caramba. Não sou Roberto Carlos e nunca quis ter um milhão de amigos.



NÃO SENTIR NADA


Sobre a geração de nossos tempos. E sobre todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações de todas as gerações  até os nossos tempos.

sábado, 11 de agosto de 2012

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

XAVIER MATOU A MÃE



O filme do Xavier Dolan, Eu matei minha mãe (2009) está completamente disponível e legendado no youtube. Este foi o primeiro filme que ele escreveu e dirigiu, já apontando como promessa (até onde eu vi: efetivada) do cinema vindo do Canadá. 

UM LEOPARDO DE BIKE


O novo single do Leopard of Honour é uma música que tenho escutado direto pedalando de bicicleta. Tem uma coisa que não sei, dá velocidade. Recomendo também pra uma noite onde dança dois. Sacou? Escuta aê.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

YAHOO REDE DE CONTRIBUIDORES



O Yahoo lança no Brasil dentro de duas a três semanas a versão final da Yahoo Rede de Contribuidores, que já existe nos Estados Unidos, e que opera em beta no País desde segunda-feira, 16. Trata-se de uma plataforma aberta para publicação de notícias, da qual, a rigor, qualquer pessoa pode participar com o envio de reportagens sobre assuntos pré-determinados pela equipe editorial do portal. A grande novidade que o projeto traz para a mídia brasileira é que esses colaboradores serão remunerados pela produção da notícia. O Yahoo Brasil trabalhou por um ano na confecção da rede, que será adotada também no Reino Unido.

O modelo de remuneração será composto por um “valor de saída”, não revelado, acrescido de um real a cada 1 mil visualizações dasnotícia. “Nossas notícias mais lidas chegam à casa de milhões de visualizações”, aponta Rafael Alvez, editor-chefe do Yahoo, que encabeça o projeto que tem cinco profissionais diretamente envolvidos.

A Rede de Contribuidores, em um primeiro momento, funcionará da seguinte maneira: a equipe do Yahoo escolhe determinadas pautas e coloca na rede para que as pessoas cadastradas na comunidade possam escrever reportagens sobre o tema. “A ideia é dar voz a pessoas que têm conhecimento sobre um determinado assunto, mas que não tinham oportunidade de publicar matérias em um site”, aponta Alvez.

Segundo ele, no decorrer do tempo, os colaboradores construirão sua reputação, em uma métrica que tem a ver, por exemplo, com a assiduidade, qualidade do trabalho, quantidade de visualizações e atendimento aos prazos. Outro fator importante, claro, é o conhecimento especializado sobre o tema. E estes estarão à frente dos outros na hora de se escolher a reportagem a ser publicada. “Com o tempo, poderemos limitar determinada pauta apenas a pessoas que já conhecem de um setor, como jardinagem, por exemplo”, aponta Alvez. A rede não permitirá a sugestão de pautas, mas isso será possível por outras vias, como as redes sociais do Yahoo.

Ele acredita que uma das grandes vantagens da Rede de Contribuidores é a regionalização. “Teremos produção de notícias de diversas cidades do Brasil, o que nos dá uma vantagem em relação aos concorrentes”, diz.

A gestão de pautas da Rede de Contribuidores estará a cargo de uma célula de profissionais dentro da redação do Yahoo. “Mas, na prática, toda a redação estará envolvida”, avisa Alvez. Segundo ele, a criação da rede não acarretará no fim de algum acordo com agências de notícias ou na demissão de profissionais. “É o maior projeto do ano do Yahoo e ajuda a reforçar o posicionamento da empresa, focado em conteúdo”, conclui.

[via Meio&Mensagem]

MARÍA COSTURA


María Aparicio Puentes é uma artista chilena que trabalha em colaboração com diversos fotógrafos. Usando linhas e agulhas, María cria padrões e formas geométricas no espaço que existe nas fotografias.


Tem mais e muitas no portfólio dela.




VENDE-SE PAULO BRUSCKY



Paulo Bruscky pratica o experimentalismo desde os anos 1960, através da poesia visual, da fotografia, do vídeo e do cinema, assim como da troca de mensagens postais, da performance e da intervenção urbana. Utiliza suportes variados para grafias reprodutíveis como o fax, o xerox, a imprensa, os carimbos, um ferro de passar ou a própria língua. Combina também a rotina de funcionário público com o desenvolvimento de projetos artísticos, tendo encontrado, nessa via, formas de reagir à burocracia, à falta de ambiente institucional para a arte em sua cidade e à repressão do período de ditadura militar no Brasil. As obras de Paulo Bruscky registram pequenas provocações com as quais confronta a audiência da cidade, estranhezas e surpresas particulares ao ato artístico com que pôde, em inúmeras situações, modificar ou colocar à prova o cotidiano.


terça-feira, 7 de agosto de 2012

PIXAR +18


Josh Cooley, desenhista e animador da Pixar, resolveu dar seu traço a algumas cenas de notórios filmes que, comparados ao que ele costuma fazer, ganham status de violentos ou polêmicos. Você pode ver todas as ilustrações aqui.




PUBLICIDADE DE FACHADA

Ciberflanando por aí, dei de cara com um post que registrava a execução de uma publicidade pintada em fachada de prédio. A peça em questão, feita em Nova Iorque, era para o novo Batman. Seu autor, Dan Cohen:

Logo, lembrei-me de um ótimo documentário que vira, há algum tempo, sobre o tema. Up There:

SUPER-HEROÍNA

Quadrinhos de Jim Himes.

sábado, 4 de agosto de 2012

NOMEDACOUSA ENTREVISTA | TUANE EGGERS




















O sono chega como um barco pelas costas, e para partir é necessário estar desatento, pois se você olhar o barco, perde a viagem, cai em seco, tomba onde você já está. Essa frase do livro Estorvo, de Chico Buarque, serve exatamente para descrever o efeito que bate acompanhar o trabalho da fotógrafa gaúcha Tuane Eggers. Tuane nasceu em Lajeado sob o signo de escorpião, tem 22 anos, e é lá que ainda vive e trabalha erguendo um mundo em suas fotografias. Um pedaço desse mundo foi imortalizado na película Os Famosos e os Duendes da Morte, em que ela participa como atriz e tem algumas de suas fotos exibidas. Dois casos diferentes e complementares já me ocorreram ao ver suas fotos. Um: ela tem uma foto em que um arranjo de flores serve como comida em um prato onde alguém segura um garfo e uma faca pronto para devorar o banquete. Acontece que após ver essa foto, na mesma noite, sonhei com ela, que eu ia à um restaurante e no cardápio só tinham flores. Dois: o contrário do primeiro, sonhei que cuspia pássaros, ou que pássaros moravam na minha boca, e logo mais vi que a Tuane tinha uma foto com imagem semelhante. O mundo dos sonhos se enriquece nas fotos da Tuane. Inclusive, ela está presente em muitas das fotos. Alguns ensaios são autoretratos, mas ela está presente mais como performer do que como modelo - embora seja linda, não é a sua beleza que ela está retratando, e sim a sua imersão em seu próprio universo. O universo de uma realidade que pode virar sonho e vice-versa.

NA BEIRA DO SEXO




Essas fotos são da série No Man’s Land. Exploram as margens dos ambientes rurais e urbanos da Europa vivenciados pelo que parecem ser mulheres à espera de sexo, tudo capturado pelas câmeras do Google Street View. 

[via Vice]

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

DOCUMENTÁRIO CHRIS MARKER



Para Chris Marker, o conteúdo da memória abastece os pensamentos do presente. Inclusive em seu processo como escritor e cineasta (como traduzir a palavra filmmaker?). Para ele não existe memória passiva, mas sim uma atitude de resistência - o salto que corta o presente em passado. Segundo Jean Luc-Godard, Marker foi um mestre da montagem em cinema, conseguia colocar o passado, o presente e o futuro na mesma mão. Nos anos 1960, o poeta Henri Michaux disse que a universidade de Sorbonne deveria ser destruída e Chris Maker erguido em seu lugar. A alusão se devia à qualidade do material produzido pelo cineasta, que tirou seu pseudônimo da caneta que escreve em qualquer superfície, a Magic Marker. Ele nunca deu entrevistas e não gostava de ser fotografado. Quando um repórter pediu que ele enviasse uma foto para acompanhar uma publicação de suas críticas sobre a nouvelle vague, ele mandou a foto de seu gato. 

Nunca se interessou em dirigir filmes de ficção em longa-metragem e seu único filme dramático foi um curta de 29 minutos chamado La Jetée, de 1964. 

Chris Marker morreu com 91 anos, um dia depois do seu aniversário.

Abaixo, um documentário de 10 minutos sobre ele, com comentários de outros diretores que se influenciaram diretamente, como o Terry Gillan.

FORMATURA NA PISCINA

Esse vídeo foi feito durante a alegria geral na formatura do curso Fundamentação da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro. As imagens foram captadas e idealizadas pela Zel Nonnenberg. Tá love. 



OLHOS AZUIS



Então. Existe esta americana, chamada Jane Elliott, que era professora de uma escola primária nos EUA lá nos anos 1960 e, depois que M. Luther King foi morto, ela resolveu fazer uma simulação na sua classe para explicar aos guris a questão do preconceito. Ela usou como fator de distinção a cor dos olhos. O exercício causou ódio aos pais dos pequenos alunos e acabou com a sua vida e a de seus familiares, na pequena comunidade em que viviam. Ela então fez o quê? Decidiu passar o resto da vida insistindo. Em 1970, o exercício virou um filme. Décadas depois, nos anos 1990, ela continuava com o workshop — que gerou este doc devastador. Me lembrou, ao fim, A Prostituta Respeitosa, de Sartre, que explora a culpa não só do que fazemos, mas igualmente das nossas omissões.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

PRIMEIRA FOTO DA INTERNET FAZ 20 ANOS



Acredite ou não, esta foi a primeira foto jogada na internet, em 18 de julho de 1992. À época, no CERN, laboratório de física onde trabalhava Tim Berners-Lee, considerado o pai da www, tinha este grupo, Les Horribles Cernettes, formado por auxiliares administrativas, que fazia sucesso nas festinhas da empresa. Elas se vestiam como coquetes dos anos dourados e cantavam músicas com alto teor de nerdice. O nome da banda, inclusive, vem da sigla LHC, o famoso acelerador de partículas atômicas do CERN.

Mais das Cernettes e os bastidores de como a sua foto foi parar online aqui, na matéria da VICE.

O FILHO DE JOSÉ E MARIA



Em 1977, Odair José lançou uma ópera-rock chamada O filho de José de Maria, com uma nova concepção da história de Cristo. O disco, sensacional, causou o maior fuzuê com a Igreja Católica, que, se não me engano, chegou a excomungar o cantor (posso estar exagerando). Alguns intérpretes acham que, no subtexto de alguams canções, como a que abre o disco, postada aí acima, estaria implícita também a homossexualidade do Jesus imaginado por Odair.

Uma das minhas preferidas é a opereta sobre o casamento de Maria e José, abaixo, que teria ocorrido às escusas para esconder uma gravidez indesejada.

A SUA REVISTA DIGITAL

Living Junction é um serviço web que oferece todas as ferramentas necessárias para podermos criar nossa própria revista digital.

O que se destaca no serviço é a simplicidade com a qual permite organizar o conteúdo da revista. Além de texto, podemos integrar imagens e vídeos somente arrastando e soltando direto do nosso computador. É possível personalizar todos os detalhes necessários para que o conteúdo se distribua tal como desejarmos.

Você pode criar uma revista digital pública, que fará parte da comunidade de Living Junction, e será exposta ao estilo Pinterest para que os usuários possam visualizá-la. Ou pode escolher que seja privada e somente as pessoas que convidarem poderão desfrutar de seu conteúdo.


GUILHERME LAMOUNIER

Estou sempre disposto a explorar um álbum das antigas de algum artista obscurecido na história da música brasileira. Uma das coisas mais bonitas que descobri foi um disco do carioca Guilherme Lamounier, de 1973. Ouve só esta e, depois, me diz se não parece que você recebeu um beijo no coração.