quarta-feira, 11 de setembro de 2013

DOMÍNIO PÚBLICO, de ROGER BERNAT



Public Domain does without the actor as the main aspect of the show and leaves the audience as the only participant. It is not about turning the spectator into an actor, but about fulfilling the narrative possibilities of the group using statistical tools. The spectators are part of a fiction without the need of exposing themselves as individuals on a stage that, on the other hand, has as many actors as spectators watching the show.

Public Domain is part of a bigger work that deals with audience and participation. A book has been published as well (Querido Público) and we are starting to develop a new scenic project, a part of which could be seen in Nits Salvatges (LP'09), and whose name is Purely Coincidental.


This video is part of the series Choreography or ELSE produced by Marlon Barrios Solano for dance-tech.tv
http://dance-tech.tv/choreography-or-...
This videos are courtesy of the artist and are distributed here with educational purpose.

terça-feira, 25 de junho de 2013

STRANGERS - MIRANDA JULY



You can tell a lot about someone you don't know from the contents of their wallet. There's also a lot that you can't tell.

Filmmaker, artist and writer Miranda July delivers a unique sermon that challenges our attitudes to strangers and asks us to be more adventurous and generous with how we interact with each other.

Miranda July's videos, performances, and web-based projects have been presented at sites such as the Museum of Modern Art, the Guggenheim Museum and in two Whitney Biennials. July wrote, directed and starred in her first feature-length film, Me and You and Everyone We Know(2005), which won a special jury prize at the Sundance Film Festival and four prizes at the Cannes Film Festival, including the Camera d'Or.

Her fiction has appeared in The Paris Review, Harper's, and The New Yorker; her collection of stories, No One Belongs Here More Than You (Scribner, 2007), won the Frank O'Connor International Short Story Award and has been published in twenty countries. July created the participatory website, learningtoloveyoumore, with artist Harrell Fletcher and a companion book was published in 2007 (Prestel); the work is now in collection of The San Francisco Museum of Modern Art.

This event was part of The School of Life's secular sermon series and took place at Conway Hall London on Sunday 23 October.

sábado, 8 de junho de 2013

AMERICAN STREET VIEW

No. 82.948842, Detroit (2009), 2010

Doug Rickard. Embora esse Rickard pareça de outro canto do mundo, ele é um fotógrafo formado em história e sociologia americanas, com diversos projetos voltados para o estudo do comportamento americano. A palavra "american" aparece em todos (bom, quase todos) os projetos dele. Me parece que o seu objetivo é atualizar o trabalho de Robert Frank em The Americans. Não, claro que não.

No. 29.942566, New Orleans (2008), 2009
Não dá nem pra dizer que Doug é apenas fotógrafo, ele é meio que um curador de fotos.  Possui diversos projetos que retratam o estilo de vida americano, trazendo referências antigas e atuais de diversos fotógrafos criando uma narrativa visual específica. Basta ver dois dos seus projetos, These Americans (alguma referência ao livro de Robert Frank?) e American Suburb X, um projeto ambicioso de geração de conteúdo intelectual voltado pra quem pretende acompanhar o monstro que se tornou a cultura visual atual.

Ele também é meio babaquinha. Em seu novo e extremamente comentado projeto A New American Picture, que ilustra esse texto, ele chegou dizendo que já havia antecipado o grande sucesso desse projeto e blablablá. Bom, realmente é um grande projeto, baseado em fotografias que ele coletou do Google Street View e depois fotografou com sua câmera nos mesmo lugares, simulando a visão do carro do Google e inspirado na obra do Paul Fusco "Paul Fusco: RFK". No livro ele compila mais de 70 imagens do famosíssimo ensaio pra Look Magazine do funeral de Robert Kennedy, um clássico dos clássicos da fotografia moderna. Esse material foi o ponto de partida para as fotos mais que especiais do Doug, que já exibiu em diversos lugares dos Estados Unidos.

No. 41.779976, Chicago (2007), 2011

terça-feira, 4 de junho de 2013

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A LEITURA NO UNDERGROUND


Uma coisa é julgar um livro pela capa e outra coisa é julgar o leitor pelo livro que ele está lendo. Especialmente nos transportes públicos onde estamos confinados por um período de tempo e nossas mentes voam longe. Ourit Ben-Haim criou um ensaio fotográfico a partir de suas andanças pelo metrô de New York. Ela tirou fotos de pessoas lendo e postou no site da Underground New York Public Library. "Os livros nos fazem viajar para grandes profundidades de nós mesmos, mesmo estando parados", diz Ourit. 










Para ver mais fotos clique aqui.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

GLASSONS, ESCAPE - LUKE BYRNE


A vida de Luke Byrne é como um road movie sem fim. Ele estava em Blue Mountains com Ryan Kenny para fazer um vídeo para Lee`s Back in Black. Agora ele mostra imagens dos bastidores da sua viagem para fazer um filme para a campanha da Glassons, que foi filmado na Nova Zelândia, com as modelos Anja K e Teresa Oman.

"Eu queria criar um filme tipo anos 90 usando uma câmera antiga e captação do áudio direto da câmera. Foi filmado em uma câmera da Sony com fita".

quarta-feira, 8 de maio de 2013

O AGUDO E A CRÔNICA



Da coluna do Antonio Prata na Folha de S. Paulo.

Ontem, zapeando, dei com um documentário sobre Lacan, o lacônico psicanalista francês. Dizia o programa que o terapeuta não marcava hora para as consultas: se às três da manhã um paciente despertasse de sonhos intranquilos sentindo-se metamorfoseado num monstruoso inseto, poderia telefonar-lhe, cruzar Paris de pantufas e aparecer para um rápido divã. Rápido é maneira de dizer, pois Lacan tampouco pré-determinava a duração das sessões. O insone talvez ficasse escarafunchando suas caraminholas até que os róseos dedos da aurora viessem tamborilar sobre o negrume de seu inconsciente, ou talvez fosse mandado de volta para casa cinco minutos depois de chegar, caso verbalizasse algo prenhe de significado, como, digamos: "Sonhei que estava na Carvalho Pinto, em cima de um obelisco, fumando um charuto bem glande... Eu disse glande?!".

Sei pouco sobre psicanálise, menos ainda a respeito de Lacan, mas esta ideia de que as angústias e aflições deveriam ser servidas quentes, não levadas para alguma geladeira da consciência e de lá tiradas somente às terças e quintas, 15h45, ou às quartas e sextas, às 16h30, já murchas ou decantadas pelo refrigério da razão, remeteu-me a um outro assunto, que me é caro: a crônica.

Num mundo ideal, o cronista funcionaria como o paciente de Lacan. Ficaria por aí, tocando sua vida, indo ao banco, almoçando no quilo, olhando vitrines atrás de um presente de Dia das Mães, até que surgisse uma ideia. Imediatamente, ele encontraria uma praça, se acomodaria num banco --se possível fosse, até alugaria um quartinho de hotel--, tiraria o laptop da mochila e escreveria seu texto, com todos os ingredientes colhidos na hora.

Um romancista não precisa levar o laptop na mochila. Suas ideias podem amadurecer antes de ir para o papel. Ele está contando uma longa história, é bom que tenha algumas pistas de para onde está indo. Já o cronista, quanto mais cego ao iniciar seu passeio, maiores as chances de conhecer lugares novos no caminho.

Outro dia, num jantar, meu amigo Humberto Werneck contou-me de um comentário de Manuel Bandeira a respeito de Rubem Braga: "Braga é sempre bom; quando não tem assunto, então, é ótimo". Claro, pois nesses textos em que o tema não está dado, é como se acompanhássemos o escritor, de pantufas, no meio da noite, atravessando sua Paris interior, matutando sobre suas angústias, seus alumbramentos. É como se o víssemos deitar-se no divã, ouvíssemos seu relato, suas queixas, suas hipóteses, até que, num ato falho, numa gaguejada, numa repetição ou silêncio mais longo, o assunto se materializasse --não no papel, mas na cabeça do analista, isto é, do leitor.

É o caso, por exemplo, de um dos textos mais bonitos de Braga, um dos textos mais bonitos que eu já li: "Sizenando, a vida é triste". O que parece uma reflexão dispersa na cozinha, umas voltas em torno de um radinho de pilha, revela-se um comentário arrasador sobre o amor e a solidão. Não é o caso, por exemplo, deste texto: às vezes, um charuto é apenas um charuto, uma crônica é apenas uma crônica --nem todo mundo pode ser Rubem Braga, nem todo mundo consegue ser tão glande.
Eu disse glande?!